Cem dias de quarentena
Seriam cem dias de solidão?
No começo, parecia um problema
Mas, com calma, tudo vira poema…
As águas de março vieram
Fecharam o verão
E enquanto o outono é que vinha
Difícil manter a promessa de vida
em cada coração
Foram dias de medo e tristeza
E, infelizmente, isso continua
Mas toda dor esconde em si
um bocado de beleza
Foram dias de aprendizado
e adaptação
Teve até quem quisesse
aprender a fazer pão
Teve, ainda, quem aprendesse a partilhá-lo
Conhecendo, assim, o sabor da compaixão
Entendendo que vivemos em comunidade
E que é possível cuidar do outro
Mesmo sem tocar a sua mão
Cem dias de quarentena
Sem vias para escapar
Não teve jeito senão
conviver com a escuridão
E persistir…
Mesmo se o túnel
Ainda parece uma caverna
Sem luz brilhando no final
E insistir…
Até que todos entendam
Que a luz não está no final
Mas dentro de cada um de nós
Cem dias de quarentena
Não foram cem dias de solidão
No começo, parecia um problema
Mas, com alma, tudo vira poema
Paula, que fantástico esse poema , perpassa pelas emoções que vivenciamos .
Sua capacidade de compreensão da alma humana é excepcional.
Parabéns !
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