Paula Coury
Eu estava buscando ideias para uma tatuagem. Pensei em tatuar a palavra “escolha” em árabe e fui procurar no Google tradutor: خيار. Fiquei com isso em mente por um tempo, até que descobri que a palavra que o Google tinha me dado significava “pepino”. Não escolha, pepino. Não fiz a tatuagem (ainda bem!), mas achei super interessante essa confusão de palavras.
Eu achava que ter infinitas possibilidades era sempre o melhor dos mundos. Pensava que ter muitas escolhas era sinônimo de liberdade e felicidade. Aprendi que não. Viver sempre no âmbito das possibilidades só é possível quando evitamos a realidade dos compromissos. Quando tudo é possível, nada é real. Vi essa frase em um livro e foi como um tapa na cara.
Entendi que liberdade e felicidade não vêm de ter escolhas, mas de escolher. E isso significa abraçar por inteiro a escolha que fizermos, qualquer que seja ela. Vale para escolher o que fazer no final de semana ou na vida. Para escolher o jantar no menu do iFood ou o emprego. O filme no Netflix ou quem vai assisti-lo do seu lado.
Muitas vezes relutamos em aceitar que escolhas perfeitas não existem. Sonhamos com aquela escolha que nos permita ter tudo sem pagar o preço por nada. E mantendo mil possibilidades abertas temos a ilusão de ter tudo, quando, no fundo, não temos nada de real. A melhor escolha é aquela em que aceitamos o que perdemos e o preço a pagar para ter aquilo que escolhemos.
Na lanchonete da vida não temos a opção de pedir “só o sanduíche”, vem sempre o combo inteiro, até quando a gente não quer batata e refrigerante. Ou a gente aceita levar tudo, ou nunca poderemos saborear o sanduíche. É… parece que cultivar escolhas mantendo sempre as opções abertas não é sinônimo de liberdade ou felicidade… está mais para um grande pepino mesmo!
Esse google tradutor só nos deixa em apuros…rs
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